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quarta-feira, 10 de outubro de 2012


AS NOVAS NORMAS DO ACORDO ORTOGRÁFICO

ALFABETO

k       w      y

As letras k, w e y fazem parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar desta novidade, as regras de utilização mantêm-se as mesmas. Estas três letras podem, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias de outras línguas e seus derivados ou em siglas, símbolos e unidades internacionais de medida, como darwinismo, Kuwait, km ou watt.

A posição destas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z.

 

MINÚSCULAS

sábado                agosto

verão                   sul

senhor                Silva

A letra minúscula inicial é obrigatória nos:

– nomes dos dias: sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira…

– nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro…

– nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera…

– nomes dos pontos cardeais ou equivalentes, mas não quando eles referem regiões: sul, leste, oriente e ocidente europeu, mas o Ocidente.

A letra minúscula inicial é obrigatória também nas formas de tratamento ou cortesia: senhor Silva, cardeal Santos…

A letra inicial tanto pode ser maiúscula como minúscula em:

– títulos de livros, exceto na primeira palavra: Amor de perdição ou Amor de Perdição.

– nomes que designam cursos e disciplinas: matemática ou Matemática.

– designações de arruamentos: rua da Liberdade ou Rua da Liberdade.

– designações de edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim.

 

C & P

ação                    facto

ótimo                   apto

As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas pelos falantes mais instruídos, como acontece em algumas sequências de consoantes: ação, ótimo, ata, ator, adjetivo, antártico, atração, coletânea, conceção, letivo, noturno, perentório, sintático…

As letras c e p mantêm-se apenas nos casos em que são pronunciadas: facto, apto, adepto, compacto, contacto, corrupção, estupefacto, eucalipto, faccioso, fricção, núpcias, pacto, sumptuoso…

Assim, tal como na oralidade, na escrita temos Egito e egípcio.

Aceita-se a dupla grafia quando se verifica oscilação na pronúncia culta, como em sector e setor. Já existiam em português outras palavras com mais de uma grafia, como febra, fevra e fêvera.

As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão de sequências idênticas de consoantes: subtil, súbdito, amígdala, amnistia, omnipresente…

A letra h mantém-se tanto no início e no fim de palavra como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh, chega, mulher, vinho.

ACENTO

     joia           heroico

leem           veem

pera           para

O acento agudo é suprimido das palavras graves cuja sílaba tónica contém o ditongo oi. Generaliza-se portanto a regra já aplicada em dezoito e comboio. Assim, passamos a ter: joia, heroico, boia, lambisgoia, alcaloide, paranoico…

O acento circunflexo é suprimido das formas verbais graves, da terceira pessoa do plural, terminadas em eem. Assim, passamos a ter: leem, veem, creem, deem, preveem…

O acento gráfico, agudo ou circunflexo, é suprimido das palavras graves que não têm homógrafas da mesma classe de palavras. Assim, para pode ser uma preposição ou uma forma do verbo parar, tal como acordo já podia ser um nome ou uma forma do verbo acordar. Outros exemplos são: acerto (verbo ou nome), coro (verbo ou nome), fora (verbo ou advérbio) …

O acento agudo mantém-se na escrita em português europeu padrão das formas verbais da primeira pessoa do plural, do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da primeira conjugação: gostámos, levámos, entregámos, andámos, comprámos…

 

HÍFEN

autoavaliação             paraquedas

semirrígido                  suprassumo

fim de semana             hei de

O hífen é suprimido das palavras derivadas em que a última letra do primeiro elemento – o elemento não autónomo – é diferente da primeira letra do segundo elemento: autoavaliação, autoestrada, agroindústria, antiamericano, bioalimentar, extraescolar, neoidealismo…

O hífen mantém-se nas derivadas começadas por ex, vice, pré, pós, pró, circum seguido de vogal ou n, pan seguido de vogal ou m, ou ab, ad, ob, sob ou sub seguido de consoante igual, b ou r. Assim, continuamos a ter: pós-graduação, pan-americano, sub-região…

O hífen mantém-se nas derivadas em que o segundo elemento começa por h, r ou s. No primeiro caso, mantém-se a regra anteriormente em vigor: anti-herói, pan-helénico…

O hífen é suprimido de palavras cuja noção de composição se perdeu, tal como já tinha acontecido com pontapé.

Assim, passamos a ter: paraquedas, mandachuva…

O hífen é substituído por r ou s, duplicando-o, nas palavras derivadas e compostas acima referidas em que a última letra do primeiro elemento é uma vogal e a primeira letra do segundo elemento é um r ou um s: semirrígido, suprassumo, antirroubo, antissemita, girassol, madressilva, ultrassecreto…

O hífen é substituído por um espaço em branco nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais: fim de semana, cão de guarda, cor de vinho…

O hífen é substituído por um espaço em branco nas quatro formas monossilábicas do verbo haver seguidas da preposição de: hei de, hás de, há de e hão de.

Mantém-se a ortografia em exceções pontuais tais como desumano, cor-de-rosa, coocorrência.

O hífen mantém-se em todos os restantes casos:

– generalidade das compostas: cobra-capelo, ervilha-de-cheiro, mal-estar, tenente-coronel…

– derivadas em que a última letra do primeiro elemento é igual à primeira letra do segundo elemento: anti-ibérico, hiper-realista…

– formas verbais seguidas de pronome pessoal dependente: disse-lhe, disse-o, dir-te-ei…

– encadeamentos vocabulares: estrada Lisboa-Porto, ponte Rio-Niteroi…

adaptado do manual “Página seguinte, 11º ano”, Texto Editora.

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