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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A AÇÃO
Ação dramática
Frei Luís de Sousa contém o drama que se abate sobre a família de Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena de Vilhena. D. Madalena de Vilhena é a primeira personagem que aparece na obra, mas pode-se afirmar que toda a família tem um relevo significativo. São as relações entre esposos, pais e filha, o criado e os seus amos ou mesmo o apoio de Frei Jorge que estão em causa. Um drama abate-se sobre esta família e enquanto Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena se refugiam na vida religiosa, Maria morre como vítima inocente.
As apreensões e pressentimentos de Madalena de que a paz e a felicidade familiar possam estar em perigo tornam-se gradualmente numa realidade. O incêndio no final do Ato I permite uma mutação dos acontecimentos e precipita a tensão dramática. E no palácio que fora de D. João de Portugal, a ação atinge o seu clímax, quer pelas recordações de imagens e de vivências, quer pela possibilidade que dá ao Romeiro de reconhecer a sua antiga casa e de se identificar a Frei Jorge.
O Ato I inicia-se com Madalena a repetir os versos d'Os Lusíadas:
• "Naquele engano d'alma ledo e cego,
que a fortuna não deixa durar muito…"
As reflexões que se seguem transmitem, de forma explícita um presságio da desgraça que irá acontecer. Obedecendo à lógica do teatro clássico desenvolve a intriga para que tudo culmine num desfecho dramático, cheio de intensidade: morte física de Maria e a morte para o mundo de Manuel e Madalena.

Do drama clássico ao drama romântico
Se se pretender fazer uma aproximação entre esta obra e a tragédia clássica, poder-se-á dizer que é possível encontrar quase todos os elementos da tragédia, embora nem sempre obedeça à sua estruturação objetiva.
A hybris é o desafio, o crime do excesso e do ultraje. D. Madalena não comete um crime propriamente na ação, mas sabemos que ele existiu pela confissão a Frei Jorge de que ainda em vida de D. João de Portugal amou Manuel de Sousa, apesar de guardar fidelidade ao marido. O crime estava no seu coração, na sua mente, embora não fosse explícito como entre os clássicos.
Manuel de Sousa Coutinho também comete a sua hybris ao incendiar o palácio para não receber os governadores. A hybris manifesta-se em muitas outras atitudes das personagens.
O conflito que nasce da hybris desenvolve-se através da peripécia (súbita alteração dos acontecimentos que modifica a ação e conduz ao desfecho), do reconhecimento (agnórise) imprevisto que provoca a katastrophé. O desencadear da ação dá-nos conta do sofrimento (pathos) que se intensifica (climax) e conduz ao desenlace. O sofrimento age sobre os espectadores, através dos sentimentos de terror e de piedade, para purificar as paixões (catarse). A reflexão catártica é também dada pelas palavras do Prior, quando na última fala afirma: "Meus irmãos, Deus aflige neste mundo àqueles que ama. A coroa da glória não se dá senão no céu".
Tal como na tragédia clássica, também o fatalismo é uma presença constante. O destino acompanha todos os momentos da vida das personagens, apresentando-se como uma força que as arrasta de forma cega para a desgraça. É ele que não deixa que a felicidade daquela família possa durar muito.
Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragédia clássica, constrói um drama romântico, definido pela valorização dos sentimentos humanos das personagens; pela tentativa de racionalmente negar a crença no destino, mas psicologicamente deixar-se afetar por pressentimentos e acreditar no sebastianismo; pelo uso da prosa em substituição do verso e pela utilização de uma linguagem mais próxima da realidade vivida pelas personagens; sem preocupações excessivas com algumas regras, como a presença do coro ou a obediência perfeita à lei das três unidades (ação, tempo e espaço)
FREI LUÍS DE SOUSA (um caso verídico)...
QUEM FOI MANUEL DE SOUSA COUTINHO?
Frei Luís de Sousa (Manuel de Sousa Coutinho, cerca de 1555-1632) sofreu vida acidentada na Ásia e em África, onde prestou serviços a Filipe II de Espanha. Regressando a Portugal, casou, por volta de 1584-86, com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de Portugal, desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578.
Em, 1599 muda-se para Almada, nomeado capitão-mor dessa localidade. No ano seguinte, devido à peste que assolou Lisboa, os governadores do reino pretenderam abrigar-se em Almada, numa casa de Manuel que, por questões pessoais, lhe lançou fogo para não lhes ceder abrigo.
Em 1613, após o falecimento da filha única do casal, D. Manuel e D. Madalena seguem o exemplo dos condes de Vimioso, dando entrada ele no Convento de S. Domingos de Benfica e ela no convento do Sacramento
D. Manuel, então Frei Luís de Sousa, desenvolveu alguns projetos literários até à sua morte como A Vida de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, A História de S. Domingos Particular do Reino e Conquistas do Reino, a partir de materiais deixados por Frei Luís Cácegas, num estilo fluente, cheio de naturalidade e poder expressivo que marcou a prosa clássica portuguesa.
Correram diversas versões acerca da causa da morte para o mundo de D. Manuel e D. Madalena, partindo uma delas de um biógrafo daquele, segundo o qual um peregrino trouxera
a notícia de que D. João de Portugal ainda estaria vivo na Terra Santa, 35 anos após o seu desaparecimento, sendo o casamento de D. Manuel e D. Madalena impossível. Foi este facto que deu origem a Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

PROCESSOS DE CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS
a)Directa – dada pelas palavras que as personagens produzem acerca de si próprias (auto-caracterização) e pelas palavras de outras personagens (hetero-caracterização).
b)Indirecta – deduzida pelo espectador a partir das atitudes, das ações e até das próprias palavras (na medida em que revelam procedimentos) das personagens.

Como é próprio da tragédia clássica, as personagens são nobres (aristocráticas), sempre revelando grande dignidade. O próprio Telmo, um serviçal, nunca perde o aprumo e a dignidade.
Todas as personagens se podem considerar, embora em diverso grau, modeladas. Na verdade, é o conflito interior, a profundidade, a riqueza psicológica das personagens que cria nesta obra a tensão dramática com características trágicas.


AS PERSONAGENS
D. Madalena de Vilhena
“Em tudo o mais sou mulher, muito mulher.”
Esta afirmação de Madalena é uma exata auto-caracterização de uma personagem romântica. Na realidade, D. Madalena foi sempre dominada pelo sentimento do amor. Religiosa, sim, mas não compreendia que o amor de Deus pudesse exigir o sacrifício do amor humano. Amava a filha, sim, mas o amor de mulher (para com Manuel de Sousa) era superior ao amor de mãe. D. Madalena tinha 17 anos quando D. João de Portugal desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir. Durante 7 anos procurou-o. Há catorze anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho. Tem agora 38 anos (17 + 21). Mulher bela, de carácter nobre, vive uma felicidade efémera, pressentindo a desventura e a tragédia do seu amor. Racionalmente, não acredita no mito sebastianista que lhe pode trazer D. João de Portugal, mas teme a possibilidade da sua vinda. É com medo que a encontramos a refletir sobre os versos de Camões e a sentir, como que em pesadelo, a ideia de que a sobrevivência de D. João destrua a felicidade da sua família. No imaginário de D. Madalena, a apreensão torna-se pressentimento, dor e angústia. É neste terror que se vê na necessidade de voltar para a habitação onde com ele viveu.Senhora virtuosa, como convinha à sua dignidade social, mas essa virtude oscilava entre a realidade e a aparência (amou o segundo marido ainda quando vivia com o primeiro).
 Uma mulher bem-nascida, da família e sangue dos Vilhenas, cujos sentimentos dominam a razão:
- O sentimento do amor à Pátria é praticamente inexistente: considera a atitude dos governadores espanhóis como uma ofensa pessoal;
- Para ela, é inaceitável que o sentimento do amor de Deus possa conduzir ao sacrifício do amor humano, não compreendendo, nem aceitando a atitude da condessa de Vimioso que abandonou o casamento para entrar em votos: isto explica que, até ao limite, tente dissuadir o marido da tomada do hábito, só se resignando quando tem a certeza de que ele já foi.
 Apesar de se não duvidar do seu amor de mãe, é nela mais forte o amor de mulher, ao contrário do que acontece com Manuel de Sousa Coutinho, que se mostra muito mais preocupado com a filha do que com a mulher.
 A consciência da sua condição social mantém a sua dignidade, mas tal não a impediu de ter amado Manuel de Sousa ainda em vida de D. João de Portugal e de ter casado com aquele sem a prova material da sua morte.
 Pecadora: o nome “Madalena” evoca a figura bíblica da pecadora com o mesmo nome.
 Torturada pelo remorso do passado: não chega a viver o presente por impossibilidade de abandonar o passado.

Manuel de Sousa Coutinho
(mais tarde Frei Luís de Sousa) é um nobre e honrado fidalgo, que queima o seu próprio palácio, para não receber os governadores. Embora apresente a razão a dominar os sentimentos, por vezes, estes sobrepõem-se quando se preocupa com a doença da filha. É um bom pai e um bom marido. Antes do aparecimento do romeiro, Manuel de Sousa era um herói clássico. Guiado sempre pela razão, enfrentava os acontecimentos com serenidade, deliberando sempre à luz de uma ordem de valores aceites universalmente: a liberdade, a moral, a honra, o nacionalismo.
Depois do aparecimento do Romeiro, a razão de Manuel de Sousa deixa-se perturbar pela emoção, revelando-se aqui esta personagem mais romântica do que clássica. Veja-se, por exemplo, a cena I do ato III, em que as suas palavras revelam, em tom verdadeiramente trágico, a violência incontrolável da emoção.
 No ato I, assume uma atitude condizente com um espírito clássico, deixando transparecer uma serenidade e um equilíbrio próprios de uma razão que domina os sentimentos e que se manifesta num discurso expositivo e numa linguagem cuidada e erudita:
 Revela-se patriota, corajoso e decidido;
 Não sente ciúmes pelo passado de Madalena;
 No ato III, evidencia uma postura acentuadamente romântica: a dor, após a chegada do Romeiro, parece ofuscar-lhe a razão, tal é a forma como exterioriza os seus sentimentos, fazendo-o de uma forma um tanto violenta, descontrolada e, por vezes, até contraditória (a razão leva-o a desejar a morte da filha e o amor impele-o a contrariar a razão e a suplicar desesperadamente pela sua vida);
Pode-se, pois, concluir que esta personagem, do ponto de vista psicológico, evolui de uma personalidade de tipo clássico (atos I e II) para uma personalidade de tipo romântico (ato III).

Maria de Noronha
Tem 13 anos, é uma menina bela, mas frágil, com tuberculose, e acredita com fervor que D. Sebastião regressará. Tem uma grande curiosidade e espírito idealista. Ao pressentir a hipótese de ser filha ilegítima sofre moralmente. Será ela a vítima sacrificada no drama.Menina inteligente e imaginativa, influenciada pela intranquilidade inevitável da mãe e pelo sebastianismo de Telmo, também ela vivia no pressentimento de que qualquer coisa de terrível está eminente sobre a família. Daí a sua fantasia incontrolável e a sua curiosidade invencível.
Maria não nos aparece nunca como uma personagem real, tal o grau de idealização em que foi concebida. Angélica como uma criança e perspicaz como uma adulta, Maria não se impõe ao espectador (ou leitor) como uma criança real.
 Uma personagem idealizada:
 a ingenuidade, a pureza, a meiguice, o abandono, etc., próprios duma alma infantil, e a inteligência, a experiência, a cultura, a intuição, características de um espírito adulto, confluem numa personagem pouco real, só entendida à luz do desvelo que Garrett votava a sua filha Maria Adelaide e à condição social que, para a mesma, resultara da morte prematura da mãe;
 protótipo da mulher-anjo, tão do agrado dos românticos;
 a sua dimensão psicológica resulta, por isso, contraditória, ao revelar comportamentos, simultaneamente, de criança e de adulto;
 Alguns traços caracterizadores de Maria:
- ternura;
- culto sebastianista;
- dom de sibila (dom da profecia);
- cultura;
- coragem, ingenuidade e pureza;
- tuberculosa.
 Culto do passado.

D. João de Portugal
No decorrer dos dois primeiros atos, é uma personagem abstrata: só existe na fantasia de Madalena, Maria e Telmo. Torna-se uma personalidade concreta quando aparece, no ato III, na figura de romeiro, concretizando assim os receios que torturavam Madalena e quando tenta mesmo interferir na ação dramática, procurando impedir o desenlace fatal.
Mesmo nesta segunda fase, como entidade concreta, esta personagem não vale por si própria, tem apenas a força simbólica que movimenta as outras personagens.
D. João de Portugal apresenta-se como um peregrino. Os vinte anos de cativeiro transformaram-no e já nem a mulher o reconhece. D. João, de espectro invisível na imaginação das personagens, vai lentamente adquirindo contornos até se tornar na figura do Romeiro que se identifica como "Ninguém". O seu fantasma paira sobre a felicidade daquele lar como uma ameaça trágica. E o sonho torna-se realidade.é, pois, uma espécie de fantasma que personifica a fatalidade, o trágico destino, não em relação a si, mas em relação às outras personagens
Casado com D. Madalena, mas desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, revela-se como:
- Uma existência abstrata (uma espécie de fantasma omnipresente) até à cena XII do ato II, inclusive, permanecendo em cena através dos receios evocativos de Madalena, da crença de Telmo em relação ao seu regresso e do sebastianismo de Maria (se D. Sebastião pode regressar, o mesmo pode acontecer em relação a D. João de Portugal);
- Uma existência concreta a partir da cena XIII do ato II:
- regressa a Portugal ao fim de 21 anos, depois de ter passado 20 em cativeiro, em África e na Ásia, surgindo na figura do Romeiro (mesmo assim, a sua identidade só é revelada no final do ato II);
- procura interferir voluntariamente na ação dramática, tentando impedir, com a cumplicidade de Telmo, a entrada em hábito de Madalena e de Manuel de Sousa;
- acaba por assistir à morte de Maria e à tomada de hábito dos ex-cônjuges.

Telmo
Com os seus presságios, com os frequentes comentários aos acontecimentos, tudo imbuído num sebastianismo arreigado, Telmo encarna em si o papel de coro na tragédia clássica. É também confidente, sobretudo em relação a D. Madalena e Maria.
Apesar de personagem secundária, Telmo é dotado de uma certa profundidade psicológica, provocada pelo conflito interior que o divide entre a fidelidade a D. João de Portugal e a fidelidade a Maria.

Frei Jorge
Irmão de Manuel de Sousa Coutinho, amigo da família e confidente nas horas de angústia, ouve a confissão angustiada de D. Madalena. Vai ter um papel importante na identificação do Romeiro, que na sua presença indicará o quadro de D. João de Portugal.É também confidente e participa com Telmo no papel próprio do coro da tragédia clássica. Ele é, porém, a personagem que contribui para que os acontecimentos trágicos sejam suavizados por uma perspetiva cristã.
CLASSIFICAÇÃO DA OBRA - FREI LUÍS DE SOUSA de Almeida Garrett
«Garrett disse na Memória ao Conservatório que o conteúdo do Frei Luís de Sousa tem todas as características de uma tragédia. No entanto, chama-lhe drama, por não obedecer à estrutura formal da tragédia: não é em verso, mas em prosa; não tem cinco atos; não respeita as unidades de tempo e de lugar; não tem assunto antigo.
Sendo assim, quase podemos dizer que é uma tragédia, quanto ao assunto. Na verdade,
1. o número de personagens é diminuto;
2. Madalena, casando sem ter a certeza do seu estado livre, e Manuel de Sousa, incendiando o palácio, desafiam as prepotências divinas e humanas (a hybris);
3. uma fatalidade (a desonra de uma família, equivalente à morte moral), que o assistente vislumbra logo na primeira cena, cai gradualmente (climax) sobre Madalena, atingindo todas as restantes personagens (pathos);
4. contra essa fatalidade os protagonistas não podem lutar (se pudessem e assim conseguissem mudar o rumo dos acontecimentos, a peça seria um drama); limitam-se a aguardar, impotentes e cheios de ansiedade, o desfecho que se afigura cada vez mais pavoroso;
5. há um reconhecimento: a identificação do Romeiro (a agnorisis);
6. Telmo, dizendo verdades duras à protagonista, e Frei Jorge, tendo sempre uma palavra de conforto, parecem o coro.
Mas, por outro lado, a peça está a transbordar de romantismo:
1. a crença no sebastianismo;
2. a crença no aparecimento dos mortos, em Telmo;
3. a crença em agouros, em dias aziagos, em superstições;
4. as visões de Maria, os seus sonhos, o seu idealismo patriótico;
5. o «titanismo» de Manuel de Sousa incendiando a casa só para que os Governadores do Reino a não utilizassem;
6. a atitude que Maria toma no final da peça ao insurgir-se contra a lei do matrimónio uno e indissolúvel, que força os pais à separação e lhos rouba.
Se a isto acrescentarmos certas características formais, como
7. o uso da prosa;
8. a divisão em três atos;
9. o estilo todo, do princípio ao fim,
teremos que concluir que é um drama romântico, com lances de tragédia apenas no conteúdo.»
(texto revisto pelo AO)Barreiros, António José, História da Literatura Portuguesa, vol. II


Em síntese:

Características clássicas da obra

Tem unidade de ação, com progressão dramática de acontecimentos até atingir o clímax; o sofrimento (pathos) apodera-se, progressivamente, das personagens até à catástrofe; o incêndio provocado por Manuel de Sousa pode considerar-se um excesso, um desafio (hybris); há a ação constante da fatalidade, do destino (ananké); há os presságios lançados sobretudo por Telmo (função do coro na tragédia clássica); dá-se o reconhecimento (agnórise) que dá origem à catástrofe; as personagens são nobres (aristocráticas) e sempre poucas em cena.
Não obedece, porém à unidade de espaço e de tempo e não foi escrita em verso, como as tragédias clássicas, pelo que, pela própria opinião do autor, na Memória ao Conservatório Real, é melhor considerar esta obra como um drama.

Características românticas

Embora não perfeitamente histórico, o assunto é nacional, originário do messianismo que constituía uma reação contra a dominação espanhola. Maria e Madalena são verdadeiras heroínas românticas pelo seu comportamento emocional.
A religião consoladora parece suavizar o sofrimento trágico de Madalena e Manuel de Sousa. Aliás, uma sensibilidade cristã percorre toda a obra e o próprio conflito tem, em grande parte, origem na ética cristã. A morte de uma personagem em cena admite-se no romantismo, mas não no classicismo.
A linguagem e o estilo têm, também, características românticas.